Este quadro foi-me oferecido pela minha prima no meu aniversário (foi ela que o pintou) e inspirou-me neste texto. |
Hoje quero subir as escadas dos sonhos e sentar-me na lua. Quero ficar lá a olhar as estrelas de mais perto e ouvir finalmente as histórias que sinto que elas têm para me contar. Quero rir-me e abraçá-las com força. Quero dar um beijinho na testa da Lua para lhe agradecer as vezes que me dá a força que mais ninguém consegue dar. Hoje quero sair daqui e ir lá cima ver como andam as coisas. Quero perguntar às nuvens como vai a vida e saltar-lhes para cima, porque é assim que elas se sentem amadas. Quero cantar e dançar com essas companheiras de duras e longas viagens a que as pessoas cá na terra chamam de experiências de vida. Hoje quero olhar-vos de cima e dizer-vos adeus. Hoje quero ir ao céu e não sei se quero voltar. Quero sentir paz dentro de mim, quero sentir o vento acariciar-me os cabelos e a chuva lavar-me o sorriso antes de todos. Quero partilhar segredos com a Lua e fazer pactos com as estrelas. Quero que as nuvens nos tirem fotografias para vocês verem o flash aqui de baixo. Não percebo porque é que as pessoas lhe chamam trovoada. Se calhar nunca foram lá cima, nunca se sentaram ao colo da lua acompanhadas das estrelas e pediram às nuvens uma fotografia para mais tarde recordar. Como quando vamos ao shopping e as crianças se sentam no colo do pai natal. Eu sento-me no colo da Lua, e ela embala-me ao som do bater do meu coração e aí eu sinto que há um motivo para eu estar aqui, mesmo que eu ainda não saiba qual é. Oh, é pena que eu nunca consiga descer as escadas dos sonhos sem perder essas fotografias, é pena, queria que vocês vissem o meu sorriso. É verdadeiro.