quarta-feira, 29 de agosto de 2012

meu gordo,


é incrível como em poucos dias nos tornamos naquilo que já somos, que sendo sincera, não sei bem o que é, como se define este carinho que nos une além e acima de qualquer coisa que se ponha no nosso caminho. Acho que sabes o que sinto, acho que sabes que consegues tocar-me no coração e que sim, és diferente, és diferente de todos aqueles que já vieram nos últimos meses. E és o primeiro, és o primeiro que depois de nove meses me faz afastar dele, o primeiro que me deixa o coração a saltar quando recebo uma mensagem e que me faz olhar para o telemóvel de minuto em minuto quando dormes até a meio da tarde e não me dizes nada até lá. És o primeiro com quem passo horas a falar ao telemóvel o primeiro a quem consigo dizer um 'gosto de ti'. Já falamos tanto nisto, em como é estranha a forma como tudo isto está a acontecer, sempre sem desvendarmos aquele sentimentozinho que vai além da amizade. Mas assim estamos bem, é assim que devemos continuar. O tempo, e o destino, que tratem de nós, que digam aquilo que deve acontecer e o que deve ficar tal como está, ter-te na minha vida já chega, já é a suficiente lufada de ar fresco para o sorriso aparecer quase que inconscientemente. E apesar de tudo, apesar de o destino até agora me querer tramar e me arranjar mais um problema, eu já não consigo afastar-me de ti. És o meu estúpido, e eu gosto tanto de ti.

sábado, 18 de agosto de 2012

eu preciso nem que seja de um adeus



Se algum dia leres isto, liga-me. Liga-me e explica-me o que aconteceu à magia que nos unia os corações por um fio de ouro que sempre foi inquebrável, até tu o largares. Explica-me. Explica-me o que mudou, diz-me porque já não és o meu melhor amigo de sempre. Explica-me, é só isso que te peço. Se quiseres, depois disso, podes desaparecer, podes esquecer que alguma vez me conheceste, que alguma vez trocamos juras eternas de amizade, esquece tudo. Mas primeiro explica-me. Explica-me se há algo que possa fazer para nos ter de volta, para te ter de volta. Explica-me porque é que não és o mesmo comigo, porque foges de mim. Explica-me porque tenho medo de falar contigo. Explica-me porque não somos o que sempre fomos, porque não transformamos o amor que nos uniu um dia num amor de irmãos em vez disto que temos, que é NADA. Explica-me. Diz-me o que posso te dizer, o que tenho que te mostrar. Só te queria comigo, como sempre estiveste para mim, como eu sempre estive contigo. Explica-me o que aconteceu à magia que me fazia sorrir por pensar que tinha o melhor amigo do mundo. Explica-me a ansiedade de estarmos juntos ter desaparecido. Explica-me este desprezo, este não sei nem quero saber. Pode ser a última coisa que me dás, podes dizer que não queres mais ver-me à tua frente, podes dizer o que quiseres, podes matar-me com palavras... mas por favor explica-me. Se me explicares como, quando e o porquê de termos chegado aqui, onde nada se sente, eu ficarei bem. Pode não ser no mesmo momento mas aprenderei a viver com a certeza de ter perdido tudo o que nos restava. Mas assim não, nesta incerteza não.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Até que as palavras se cansem de ti...


Decidi que vou deixar de controlar as palavras. Isso faz-me mal. Tira-me o prazer de ouvir aquele som natural da caneta a roçar no papel sem pensar no que estou a escrever, tira-me a sensação de esvaziar o coração ao som da alma a cantarolar, ou a choramingar, tudo aquilo que carrega cravado nas marcas da vida. Decidi que vou deixar que as palavras voem sem destino pré definido, se chegarem a ti e te tocarem no ombro de raspanço... não ligues, não olhes nem te preocupes. Eu ficarei bem, elas só têm saudades tuas. Saudades de rodopiarem em volta do teu nome até caírem, doidas de contentes. Eu privei-as disso e sei que foi o melhor para mim, ontem. Hoje deixou de ser. Hoje o melhor para mim é escrever-te até o coração se cansar. Até o coração se cansar de ti e deste burro amor que não se suicida. Não vou mais pensar em leitores cansados de ouvir falar de um amor impossível que acabou há longos meses, não vou pensar em críticas à forma como levo a vida na escrita, não vou pensar em mais nada. Vou escrever-te, vou escrever-nos, desenhar-nos nas letras pretas sobre um fundo branco. Vou voltar a sentir-te no prazer da escrita e voltar a trazer-te comigo debaixo do braço para este país das maravilhas. Sempre foi assim, não há outra forma. Não enquanto as palavras não se cansarem de desenhar as letras do teu nome.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

noites (chuvosas) de verão




A chuva a bater na janela e o vento a uivar lá fora é o cenário da noite de hoje. Daqueles cenários de inverno em que a única vontade é ter aqui aquele alguém para nos aquecer o corpo e acalmar a alma. É dormir agarrado, de conchinha, e sentir que não há tempestade que derrube aquele amor que se estende debaixo de lençóis e cobertores, dentro de um quarto modesto. É isso que faz falta, e que torna o inverno tão depressivo e o verão tão apelativo. No verão ninguém se lembra do amor enterrado porque distância de tudo o que aqueça é o que se deseja. Mas no inverno, no inverno as coisas são tão diferentes. Esta trovoada, a que ouvi agora, deixa-nos o coração a tremer com medo que ela entre janela dentro e arrebate ainda mais este órgão pulsante. E no inverno, o frio congela-nos os sorrisos, a chuva encharca-nos a alma como se de lágrimas de saudade se tratasse e o vento leva, sem dó nem piedade, todo o amor que restava pousado nos móveis que já não se usam, e ficamos nós. Nus. Despidos de defesas. Despidos do escudo feito de sol que nos protege da melancolia das noites de inverno. Pois bem, agora nem no verão nos safamos disto. Porque o amor assim o decidiu, decidiu fazer-nos sofrer até nas noites de verão que deviam ser ricas em sonhos acompanhadas por pós de perlimpimpim e que com este som de tempestade que reina neste cenário, passam a ser noites ricas em memórias... memórias daquilo que já devia ter sido esquecido, porque afinal, já foi enterrado.

olá cubos de açúcar

Acabei de voltar das férias deste blog, e trago a mala cheia de palavras para gastá-las aqui, onde todos me entendem e onde ninguém me julga. As saudades apertaram demais. Não tarda deixo-vos um texto escrito ontem, coisas lindas.